domingo, 6 de maio de 2012

sem perdão


De roupas espalhadas pelo quarto, os nossos corpos nus entrelaçam-se na entrega ao que foram talhados para se deliciarem a fazer acontecer. Desejar. Ter. Possuir. Sentir. Cheirar. Saborear. Este é o nosso desejo, que se apodera de nós, que nos invade, que nos possui, a nossa vontade. O que me faz querer ter-te sempre presa no meu corpo. Dentro dele. Em mim. Sinto-te quente, húmida, encharcada, o som do nosso amor ecoa pelo quarto criando uma melodia que nos inebria de desejo, de vontade de nos termos mais. Mamas. Cona. Pau. Mãos. Todas se encaixam e transformam em veículos de prazer que nos fazem viajar e perdermos-nos sem destino naquele momento. Bem devagar, olho-te no fundo dos olhos, percebes-me, entendes-te, conheces-me como ninguém. Entregue a ti, fodo-te incessantemente,  profundamente, bem dentro de ti. Invadidos pelo prazer, controlados pela luxuria, envoltos por nós mesmo, permanecemos imoveis, erectos, entregues ao nosso próprio mundo, que nos consome sem perdão.

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